Os A. afarensis viveram entre 3.7 e 2.9 milhões de anos atrás e o esqueleto de Lucy, o mais completo já encontrado, revelou que ela andava ereta. Desde então, paleontólogos discutem se todos os membros dessa espécie eram bípedes ou se viviam parte de suas vidas em árvores, apresentando uma forma de locomoção intermediária entre os chimpanzés quadrúpedes e os humanos bípedes. No entanto, o entendimento sobre a questão havia sido prejudicado devido ao raro registro de fósseis contendo os ossos dos pés.
Esse pé, assim como seu arco bem formado, seria firme o suficiente para se apoiar no solo, mas flexível o suficiente para absorver o choque das pisadas. Esse fóssil também sugere que o pé do A. afarensis já tinha se transformado completamente de estruturas adaptadas para agarrar em um estrutura adaptada para andar e correr, disseram os pesquisadores.
Humanos, diferentemente de outros primatas, têm dois arcos nos pés, um longitudinal e outro transverso, que são compostos dos ossos do meio dos pés e suspensos por músculos da sola dos pés. Durante uma caminhada, esses arcos têm duas funções importantes: ajudar a empurrar o solo e absorver o choque das pisadas.
O local 333 em Hadar, onde a descoberta foi realizada, também é conhecido como "Sítio da Primeira Família", pois é a fonte mais rica de fósseis de A. Afarensis na África, onde mais de 250 descobertas já foram realizadas, representando ao menos 17 indivíduos. O projeto Hadar é o programa de paleontologia mais antigo ainda em funcionamento no vale do Rift na Etiópia, desenvolvendo pesquisas há mais de 38 anos.
Fonte:
- Estadão
muito bom
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