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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mudanças na plumagem



Uma pesquisa do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim indica que a espécie de dinossauro Similicaudipteryx, que fazia parte do grupo de dinossauros "ladrões de ovos" conhecido como oviraptossauro, sofria grandes mudanças na plumagem ao crescer. As informações são da Nature.



Segundo o estudo, fósseis que mostram dois espécimes do Similicaudipteryx em estágios diferentes de crescimento indicam que o filhote tinha penas de voo muito diferentes das do fóssil adulto. A descoberta indica que, ao contrário das aves, que mudas as penas quando muito jovens, o dinossauro tinha um estágio "intermediário", de troca de plumagem na juventude.


De acordo com a revista, ornitologistas e biólogos vêem com cautela a descoberta. O ornitologista Richard Prum, da Universidade de Yale, por exemplo, diz que quando os pássaros regeneram suas penas, as novas crescem enroladas em uma espécie de tubo. Segundo Prum, o fóssil pode ter preservado penas crescendo desta maneira, assim como as aves atuais.


Já o biologista Cheng-Ming Chuong, da Universidade do Sul da Califórnia, diz que "se dermos aos autores o benefício da dúvida (...) será a primeira demonstração de que estes dinossauros com penas podem sofrer alterações de plumagens na vida".

Fonte:
  • Terra

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aniversário: 1 ano do Blog Dino World!


Ás 18:30 do 29 de Abril de 2009 o Blog Dino World foi fundado!




No dia 29 de Abril é o aniversário do Blog Dino World, irei contar um pouco da história do Blog:

No começo, como acontece na maioria dos blogs o Dino World tinha poucos seguidores e seu Layout tinha menos coisas. Eu criei o Blog com a intenção de compartilhar e aprender mais sobre paleontologia no geral, de início as postagens eram mais pobres em informações, mas com o passar do tempo elas ficaram mais ricas e melhores, conforme o tempo fui adquirindo mais amigos e parceiros que me ajudaram a deixar o Blog mais completo e mais popular.

Com o tempo mais ideias foram surgindo, todo mês, desde o início de 2010 eu faço uma enquete e depois posto o ranking e a matéria do vencedor. Adicionei também mensagem de boas-vindas, além de dicas, relógio, previsão climática e contadores, e muito mais gadgets.

Foi em Julho de 2009 que o número de seguidores e visitas cresceu, até agora média de 14 500 visitantes passaram pelo Blog e a média máxima de pessoas por dia é de 6 visitantes e é 34 seguidores o número até o primeiro ano completo do Dino World. Algo especial que o blog recebeu foram os selos, que são 8 no total até agora, e gostaria de agradecer novamente os donos de blogs que me enviaram os selos.

Gostaria de agradecer também a todos os seguidores e todos que frequentam o Blog, e que a missão de aumentar os seguidores e melhorar ainda mais as postagens aumente ao longo da vida do Dino World, até mais!



Novo mascote do Blog Dino World!


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Beleza de 90 milhões de anos

Estudo conduzido por pesquisador da Unicamp conclui que a família das borboletas ninfalídeas, uma das mais comuns do mundo, existe desde a pré-história, tendo sobrevivido à colisão do asteroide que eliminou os dinossauros da Terra.





Insetos voadores de asas coloridas que passeiam entre flores e plantas, inspirando pesquisadores, poetas e observadores casuais. Seja na cidade ou no campo, o encontro com uma diversidade enorme de borboletas não costuma ser algo raro. O que muitos não sabem, porém, é que alguns desses delicados animais são pré-históricos. Estudo do pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) André Freitas, em parceria com um grupo internacional, concluiu que a família das ninfalídeas, uma das mais comuns do mundo, existe há pelo menos 90 milhões de anos, época em que os dinossauros ainda caminhavam na Terra.



Segundo a pesquisa, a queda do asteroide que extinguiu os grandes répteis e várias outras espécies de plantas e animais há 65 milhões de anos não foi capaz de eliminar as ninfalídeas do planeta, apesar de ter reduzido drasticamente o número de espécies da família, de 40 para 10, aproximadamente.


A queda na diversidade, no entanto, não impediu que as ninfalídeas se tornassem uma família numerosa no presente. Atualmente, são contabilizadas 12 subfamílias e quase 7 mil espécies no mundo todo, com exemplares dos mais variados tamanhos, pesos, cores e hábitos. Para chegar a esses números, a pesquisa contou com a participação de especialistas dos Estados Unidos, da Suécia e da Finlândia, além do Brasil.


O trabalho que enfatiza a evolução e a diversidade das ninfalídeas é bastante amplo e não se resume apenas ao cálculo do tempo de existência dessa família na Terra. A análise considerou 235 características morfológicas e 10 trechos de DNA. Os pesquisadores também analisaram a planta hospedeira característica para cada uma das subfamílias. A partir daí, Freitas elaborou uma espécie de árvore evolutiva das borboletas. Fósseis também foram utilizados para a descoberta da idade dos insetos. “A idade de origem da família inteira, a genealogia e os fósseis nos permitiram concluir que a diversidade de borboletas da família das ninfalídeas sofreu uma queda acentuada há 65 milhões de anos”, destaca o professor da Unicamp.


De acordo com Freitas, outras famílias de borboletas também devem ter sofrido uma redução semelhante naquele período. Numa projeção em parte irreal, mas ilustrativa, caso o asteroide não tivesse caído sobre a Terra, hoje haveria um número três vezes maior de espécies de ninfalídeas no mundo. “Como os continentes (África, América do Sul, Antártida, Austrália) ainda estavam muito próximos, acreditamos que o grupo tenha surgido em toda essa região. Atualmente, elas ocorrem no mundo inteiro, menos na Antártida, pois o continente inteiro é congelado”, afirma o cientista. Ele lembra que as ninfalídeas apresentam uma única característica em comum: o primeiro par de pernas é tão reduzido que dá a impressão de elas só possuírem quatro patas. “Em alguns lugares do planeta, inclusive, são conhecidas dessa forma”, ressalta.


Asas transparentes


Com a colaboração da pesquisadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) Karina Silva-Brandão, Freitas está obtendo dados mais precisos a respeito de algumas espécies de ninfalídeas. Exemplo disso são as borboletas de asas transparentes, pertencentes à subfamília Ithomiinae. Num estudo publicado no ano passado, em parceria com a pesquisadora francesa Marianne Elias, à época membro da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, os brasileiros mostraram que essas borboletas já viviam há mais de 15 milhões na região dos Andes. Naquele tempo, a região ainda não era montanhosa.


De acordo com os especialistas, à medida que o tempo foi passando, as montanhas foram se erguendo e os ambientes passaram a ficar isolados por vales e picos. “Tal situação contribuiu para a diversificação dessa subfamília”, destaca Karina. Responsável pelas análises de laboratório que permitiram o estudo das ninfalídeas, Karina destaca a importância de análises históricas, além dos fósseis e do material coletado em campo. “Ao compararmos as sequências de espécies diferentes, é possível estimar há quanto tempo, em milhões de anos, elas se separaram. Depois disso, analisamos historicamente, por meio de registros de outros pesquisadores, o que ocorreu de fato naquela data com a vegetação, a altura de montanhas que separavam as espécies, o surgimento de um rio, uma glaciação que tenha baixado a temperatura de uma região, entre outras características”, explica.


Para André Freitas, as borboletas fazem parte de mais um grupo que sofreu uma queda na diversidade há 65 milhões de anos. Porém, nada impediu que hoje esses insetos de grande importância ecológica se diversificassem pelos quatro cantos do mundo. Segundo ele, não é difícil identificar indivíduos pertencentes à família das ninfalídeas. Exemplares azuis e enormes, que costumam ser encontrados próximos à cachoeiras, por exemplo, pertencem à família. Borboletas conhecidas como monarcas, cujas asas são de cor alaranjada com listras pretas e marcas brancas, também. “No Parque da Cidade, em Brasília, é possível encontrar algumas dessas espécies”, conta o pesquisador.


Fonte:
  • Correio Braziliense

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Boa notícia sobre Jurassic Park!


Enquanto Jurassic Park 4 nunca poderia bater a tela grande (ou, pelo menos, é um longo caminho fora), uma outra seqüência da série de Steven Spielberg dirigiu-se nos trabalhos - sob a forma de uma série de histórias em quadrinhos.


IDW Comics e Universal Pictures anunciaram uma nova história em quadrinhos a partir de junho de 2010. O arco de cinco emissão de primeira é intitulada "Jurassic Park: Redemption", e segue Lex e Tim Murphy, John Hammond netos do filme original, criado 13 anos depois.

"Se passaram 13 anos que Tim e Lex foram para a Isla Nublar e por fim escaparam de dinossauros famintos. Mas eles querem salvar o nome de sua família e reabrir o Jurassic Park, um novo parque e com segurança em dobro. Será que desta vez eles vão conseguir?"


Fontes:
  • Slash Filmes
  • Jurassic Park Brasil

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mais um paquicefalossauro descoberto!

Era um herbívoro de tamanho médio (idêntico ao de um cão grande) e viveu há 70 a 80 milhões de anos na América do Norte. Mas a particularidade desta nova espécie de dinossauro, cuja descoberta é relatada pelos seus autores na edição de Abril da revista científica Cretaceous Research, é que ela tinha uma protuberância óssea no topo do crânio.



A equipa de paleontólogos liderada por Nicholas Longrich, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, fez a descoberta de uma série de fósseis de ossos de crânio e concluiu que se trata de um novo gnero e também de uma nova espécie de pachycephalosaurus, um grupo bípede de ossos cranianos volumosos. Os paleontólogos batizaram a nova espécie de Texacephale langstoni. O primeiro nome significa "cabeça do Texas" (região onde foi encontrado) e o segundo é uma homenagem ao paleontólogo e professor já reformado da Universidade do Texas Wann Langston.


A nova espécie vem juntar-se à lista de cerca de uma dezena de dinossauros conhecidos que tinham protuberâncias ósseas no alto do crânio.


De acordo com Nicholas Longrich, esta particularidade poderia estar associada a recontros entre os animais, tal como acontece ainda hoje com algumas espécies que lutam enfrentando-se de cabeça. A descoberta desta espécie vem, por outro lado, reforçar a ideia de que os dinossauros encontrados no Canadá e no Norte dos Estados Unidos eram diferentes dos seus vizinhos sulistas. "Em vez de povoarem todo o continente norte-americano, vemos bolsas de dinossauros que eram muito diferentes entre si e estavam isolados uns dos outros", explicou Nicholas Longrich, citado pela Science Daily.

 
Fonte:
  • DN Ciência

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fósseis Vivos



Foi Charles Darwin que deu a origem a esse termo e publicou isso no seu livro: "A Origem das Espécies" publicado em 1859, na época em que se discutia bastante com o tema "Circunstâncias favoráveis à Selecção Natural". Com isso ele escreveu: "(...) é em ambientes de água doce que encontramos sete géneros de peixes ganóides, relíquias de uma ordem em tempos predominante. E é nesses ambientes que encontramos alguns dos organismos mais anómalos conhecidos no mundo, tais como o Ornithorhynchus e o Lepidosiren, que, tal como os fósseis, estabelecem, de algum modo, a ligação entre grupos biológicos agora muito afastados na escala natural. Estas formas anómalas podem quase ser apelidadas de fósseis vivos, pois resistiram até à atualidade, devido ao fato de terem habitado áreas confinadas e por, consequentemente, terem sido sujeitos a uma seleção menos intensa."


Exemplos:

Plantas:
  • Cavalinha
  • Metasequoia glyptostroboides
  • Ginkgo biloba
  • Pinheiro-de-Wollemi (Wollemia nobilis)
  • Welwitschia
  • Araucária


Araucária


Animais:
  • Brachiopoda
  • Celacanto
  • Crinoidea
  • Escorpião
  • Límulo
  • Monoplacophora
  • Monotremata
  • Nasikabatrachidae
  • Onychophora
  • Rato-da-pedra-laociano
  • Tubarão-cobra
  • Barata
  • Cerithium


Celacanto



Fóssil Vivo é uma expressão informal, mas conhecida popularmente assim, ela é usada mais no ramo da evolução biológica do que na própria paleontologia.

Fósseis Vivos são organismos existentes hoje em dia muito parecidos com organismos que só são conhecidos através de evidências fósseis, normalmente esses tinham muito mais antigamente do que atualmente.

A expressão "Fóssil Vivo" é assim porque havia seres conhecidos somente por registros fósseis, mas depois alguns foram encontrados vivos, não exatamente igual, mas muito similares.

Antigamente, ainda no inicio das teorias de Darwin, os Fósseis Vivos tinham mais importancia, mas hoje em dia menos falados, suas pesquisas são menos "atualizadas". Os Fóssieis vivo agora podem ser chamados de "Formas-Relíquia".

Natilus - Mais um exemplo de Fóssil Vivo


Fontes:

  • Temas de Paleontologia - Por Carlos Marques da Silva

  • Wikipédia

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Wallpaper _ Deinosuchus


Olá pessoal, estou postando mais um Wallpaper, esse em especial é do Deinosuchus, a ilustração é de Raúl Martin.


Sanguessuga gigante é o mais pequeno dos 'T. rex'

Foi no nariz de uma criança peruana que foi descoberta esta sanguessuga. Os investigadores dizem que a espécie já existia há 200 mil anos e deram-lhe um nome semelhante a um dinossauro.




Uma rapariga peruana da região de San Martin foi ao médico, em 1997, queixando-se de fortes dores de cabeça. Segundo a jovem, as dores teriam começado depois de uns mergulhos no rio. Após uma série de exames, os médicos descobriram a causa: a rapariga tinha uma sanguessuga gigante no nariz, que, descobriu-se agora, é de uma espécie que já andava na Terra no tempo dos dinossauros.

O facto de explorar os narizes alheios parece ser um hábito familiar da Tyrannobdella rex - nome que recebeu pelos seus 44,5 milímetros de comprimento e por ter uma única mandíbula com grandes dentes e uns órgãos genitais muito pequenos. "Não há dúvida de que a mais antiga espécie da família desta sanguessuga partilhou o mesmo meio dos dinossauros, há 200 milhões de anos. Os antepassados deste T. rex podem ter andado no nariz do outro T. rex", disse Mark Siddall, curador da Divisão de Zoologia de Invertebrados do Museu Americano de História Natural, ao jornal britânico Telegraph.
Até agora, os cientistas desconhecem qual é a sua fonte de alimento, apesar de considerarem que os locais favoritos deste invertebrado são o nariz e a boca dos mamíferos aquáticos, locais que "habitam" durante semanas.
A sua morfologia e o seu ADN levaram os investigadores a relacionarem a Tyrannobdella rex com outra sanguessuga que tem uma preferência pela boca das cabeças de gado mexicanas. Isto fez com que as relações de parentesco das sanguessugas fossem revistas. Os dados morfológicos e genéticos relacionam a T. rex com a Pintobdella chiapasensis, uma sanguessuga de Chiapas (México) que se alimenta apenas do tapir (animal sul--americano), mas que também infecta as vacas. Tem ainda relações com outras sanguessugas da Índia e Taiwan, como a Dinobdella ferox, conhecida por se alimentar de membranas mucosas e de já ter atacado humanos. Todas estas espécies e outras do México, África e Médio Oriente constituem a família das Praobdellidae, um grupo de sanguessugas com uma conduta alimentar semelhante que põem em risco a saúde humana.
Os antepassados desta família de sanguessugas compartilharam o meio ambiente com os dinossauros há 200 milhões de anos. A nova T. rex partilha este nome abreviado com outras quatro espécies. Estas incluem dois fósseis do período Minoceno; um caracol e um escaravelho; uma formiga que existe na Malásia na actualidade e ainda Terópodos do Período Cretáceo.

 
 
Fonte:
  • DN Ciência

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Barata de 300 milhões de anos ganha imagem em 3D

Modelo 3D do ancestral das baratas


Um ancestral da barata que caminhou há 300 milhões de anos foi recriado em detalhes em um modelo de fóssil virtual 3D.

A Archimylacris eggintoni viveu no período em que a vida havia acabado de sair do mar; o animal deu origem não só às baratas, como também aos cupins e louva-a-deus.
Esses insetos viveram entre 359 milhões e 299 milhões de anos atrás (ou seja, surgiram muito antes dos dinossauros), passando a maior parte de seu tempo no solo das florestas iniciais do planeta, comendo restos de animais e deixando fósseis entre 2cm e 9 cm de comprimento e cerca de 4 cm de largura.

Alguns destes fósseis foram analisados pela equipe do Imperial College London liderada por Russell Garwood. Os cientistas utilizaram um aparelho de tomografia que tirou 3142 raios-X dos fósseis e os compilou em um modelo 3D.
Graças a essa análise especial feita pelo software, partes desconhecidas dos animais puderam ser observadas. É o caso de uma estrutura presente na perna da Archimylacris que permitia que ela se grudasse em superfícies mais lisas, o que deve ter sido uma forma de colocar seus ovos em locais altos, mais a salvo de predadores.
A ideia é usar a técnica em outros fósseis como, por exemplo, uma forma de aranha primitiva. O estudo com a ancestral da barata foi publicado na Biology Letters


Fonte:
  • Abril.com

domingo, 11 de abril de 2010

Calçamento na região de Araraquara revela pegadas fósseis de dinossauros

Animais deixaram vestígios na areia há 140 milhões de anos; paleontólogo da Ufscar reuniu mais de mil lajes de arenito com rastros

Há um mês, Valéria Ribeiro comprou uma lanchonete na Rua Itália, em Araraquara, interior de São Paulo. Do antigo dono, ouviu histórias sobre pegadas de dinossauro na calçada. Sozinha, não encontrou nada. Precisou da ajuda do paleontólogo Marcelo Adorna Fernandes para identificar, em uma laje do calçamento, a pegada do réptil de três dedos que viveu há 140 milhões de anos na região.



Valéria não sabia que os pavimentos da cidade - retirados de pedreiras de arenito, hoje desativadas - guardam memórias jurássicas. A região já esteve na borda de um imenso deserto: um cenário desolador que se estendia por 1,3 milhões de quilômetros quadrados até o Uruguai.


Nos oásis de Araraquara, os animais matavam a sede e deixavam seus rastros sobre a areia molhada. O vento cobriu as pegadas com o pó das dunas e o tempo se encarregou de transformar a areia em rocha.


As condições geológicas e de umidade não conservaram as ossadas fósseis dos dinossauros. Contudo, foram perfeitas para preservar seus rastros.


Martelo e cinzel. Em 1984, Fernandes gastou 4 mil cruzeiros - R$ 15, em valores corrigidos - para comprar a edição de novembro da revista Ciência Hoje. O título "Dinossauros do Brasil" despertou o interesse do rapaz de 15 anos quando passava pela banca de jornais. Ao ler a revista, descobriu que Araraquara, sua cidade, tinha pegadas pré-históricas.


Hoje, Fernandes trabalha na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Cuida da maior coleção de pegadas fósseis do Brasil, com quase mil peças. Parte do acervo ocupa dois ambientes do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da universidade. Também há muitas pedras encostadas nas paredes da casa do pesquisador, esperando um abrigo definitivo.


A joia do acervo - uma trilha com cerca de 4 metros - está guardada em um galpão emprestado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O rastro pertenceu a um ornitópode, dinossauro herbívoro e bípede, que tinha 5 metros de comprimento - do focinho à ponta da cauda -, 3 metros de altura e pesava 2 toneladas. A peça foi achada na pedreira São Bento, a 15 quilômetros do centro de Araraquara, e valeu uma conferência no Congresso Brasileiro de Paleontologia, em 2007.


Fernandes passava horas nas pedreiras - origem de boa parte do calçamento da região -, acompanhado da mulher, a bióloga Luciana, parceira nas pesquisas e na busca das pegadas.


Com martelo e cinzel, funcionários desprendiam lajes de arenito como se destacam folhas de um livro ancestral. O pesquisador ensinou-os a procurar nas páginas da rocha vestígios da pré-história. Diante de uma irregularidade na superfície, chamavam Fernandes. Se ele confirmasse a descoberta, embarcavam a peça no Ford Courier do casal.


Precursores. Mas o primeiro registro fóssil da região de Araraquara não foi identificado nas pedreiras. Estava exposto em uma calçada da vizinha São Carlos. Em 1911, o engenheiro de minas Joviano Pacheco ficou intrigado com as pegadas no arenito cor-de-rosa do passeio público. Hoje, a pista fóssil descansa nas coleções do antigo Instituto Geográfico e Geológico, na capital.


Durante décadas, os fósseis urbanos permaneceram esquecidos. Em 1976, um evento casual tirou-os da escuridão. O padre italiano Giuseppe Leonardi viajava para o norte do Estado. No caminho, sofreu uma incômoda dor de dente. Resolveu descer na Rodovia Washington Luís para se tratar na Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara. No caminho, olhava para o chão. Apaixonado pela paleontologia, percebeu o tesouro que tinha debaixo dos pés. Em 1983, solicitou a retirada de duas toneladas de lajes das ruas, levadas aos galpões do Departamento Nacional de Produção Mineral.


Intercâmbio. O artigo de Ciência Hoje lido por Fernandes foi escrito pelo padre Leonardi. Em 1989, o missionário deixou o Brasil e hoje vive em Kinshasa, no Congo. Continua pesquisando e publica artigos científicos. Mereceu uma breve biografia na Enciclopédia dos Dinossauros, do Museu Americano de História Natural: "(Leonardi) sistematizou informações sobre pegadas fossilizadas em escala continental."


Fernandes só conheceu pessoalmente padre Leonardi quando começou a participar de congressos científicos. Em uma caixa na estante, ele guarda recordações do seu precursor na paleontologia: cadernos de folhas quadriculadas que o padre usava para anotações de campo. Em um dos blocos, há desenhos de rastros deixados por galinhas nas dunas de Salvador, na Bahia, um termo de comparação para pegadas de dinossauros bípedes.


O pesquisador brasileiro seguiu os passos do mestre italiano. Diante de um provável registro fóssil de urina, procurou um animal que, em condições análogas, poderia deixar um vestígio semelhante. Em vez de galinhas, usou o avestruz, uma das poucas aves que expelem líquidos. O trabalho foi publicado em 2004 na Revista Brasileira de Paleontologia. Representa o primeiro registro oficial de urólito - como foi batizado - da história.


Fauna antiga. As calçadas de Araraquara também contêm inúmeros registros de pequenos mamíferos que viviam à sombra dos dinossauros: na maioria das vezes, com o tamanho de um camundongo e sempre menores que um gato. Fernandes aponta uma razão simples para dimensões tão discretas: "Serviriam de banquete." O império dos mamíferos só começou depois da extinção dos répteis gigantes.


Em 1981, padre Leonardi atribuiu um nome científico aos rastros de mamíferos gravados no arenito: Brasilichnium elusivum, pegadas normalmente bem definidas com quatro pequenos dedos. É impossível concluir se pertencem à mesma espécie ou - com maior probabilidade - a animais parecidos.


Artrópodes completam a fauna antiga. Uma bela laje apresenta com nitidez os círculos produzidos pelas patas de um escorpião pré-histórico. Um risco entre as pegadas denuncia a cauda com o ferrão que o animal arrastava atrás de si. Besouros e vermes de areia também deixaram suas marcas fósseis.


Cena insólita. Em um texto de março de 2006, o escritor Ignácio de Loyola Brandão recordou que jogava bolinha de gude nos "buraquinhos e sulcos" das calçadas da sua Araraquara natal. Só quando visitou a exposição Dinos, na Oca, no Parque do Ibirapuera, descobriu que a brincadeira ocorria sobre rastros de bichos pré-históricos.


Mas algumas crianças aprendem cedo a história escondida no passeio público. Quando lecionava no ensino fundamental, Fernandes costumava levar os alunos para um passeio nas ruas e avenidas da cidade.


Sob o olhar atento dos estudantes, desvendava a cena insólita testemunhada pelas pedras. Pequenos mamíferos alimentam-se de insetos da areia e servem de cardápio para celurossauros - ancestrais das aves - que bebiam água nos oásis do deserto. Ao lado, ornitópodes comem a vegetação na borda da lagoa.


Na praça do Parque Infantil de Araraquara, há uma laje com vestígios de gotas d"água. Lembram a areia da praia quando cai a chuva. Na verdade, registram outra tempestade, muito mais antiga. Um provável prenúncio das mudanças geoclimáticas que decretaram o fim do deserto pré-histórico e de seus habitantes.


Fonte:
  • Estadão

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Novo homídeos fornece pistas evolutivas

Mesmo se não for ancestral direto do homem, fóssil lança luz sobre o processo evolutivo


Mesmo que o Australopithecus sediba seja apenas um "galho morto" da árvore genealógica humana, seus fósseis servem como uma "máquina do tempo" para o estudo do processo evolutivo que levou ao surgimento do Homo sapiens, segundo os pesquisador Lee Berger, que fez a descoberta.



A morfologia da pélvis e dos pés mostra que a espécie era bípede e, provavelmente, já caminhava de forma bem semelhante a um ser humano moderno. Sua combinação de pernas curtas e braços longos, porém, indica que, apesar de ser um bom andador, o A. sediba ainda matinha hábitos arborícolas.


"Ele já havia adotado o bipedalismo, mas, ainda assim, dependia de escalar árvores para sobreviver", avalia Berger, da Universidade de Witwatersrand. "Ele provavelmente se locomovia como um bípede pelo chão, mas mantinha grande parte de seu cotidiano ligado às árvores", concorda o pesquisador brasileiro Walter Neves, da USP, que avaliou a descoberta a pedido do Estado.


Essa composição típica dos membros australopitecinos só se inverte por completo - passando a braços curtos e pernas longas - no Homo erectus, o antecessor direto do Homo sapiens, que abandonou definitivamente a vida nas árvores para se transformar num bípede terrestre em tempo integral.


Espécies mais primitivas do gênero Homo, como H. habilis e H. rudolfensis, ainda tinham hábitos arborícolas, tal qual os australopitecinos. "Talvez essa seja a característica que realmente inaugura o gênero Homo: o bipedalismo estritamente terrestre", cogita Neves.


A classificação de H. habilis e H. rudolfensis no gênero Homo é extremamente controversa. Muitos cientistas acham que eles deveriam ser reclassificados como Australopithecus.


A. sediba também era muito diferente de outro australopitecino anterior a ele: o Australopithecus afarensis, que viveu entre 4 e 3 milhões de anos atrás, e cujo esqueleto mais famoso é conhecido como Lucy. Se um A. sediba e um A. afarensis ficassem lado a lado, as semelhanças seriam óbvias, mas as diferenças também, segundo Berger.


"O A. sediba era surpreendentemente alto. Essa seria a primeira coisa que você perceberia", disse o pesquisador, em entrevista coletiva internacional, respondendo a uma pergunta do Estado. Com 1,30 metro de altura, a espécie era baixa se comparada aos humanos modernos, mas alta se comparada à média do A. afarensis. Lucy tinha só 1 metro de altura. Os braços, as mãos e o quadril também eram diferentes.


"Se a reconstrução dos braços de Lucy estão corretas, então o A. sediba tem braços muito mais longos", avalia Berger. As mãos, por outro lado, são menores e fortes, mais parecidas com a do homem. E a morfologia do quadril também é bem "mais humana", apesar de Lucy já ser bípede.


Todos esses dados confirmam a teoria de que a evolução da anatomia humana ocorreu na forma de "mosaico", com características modernas (ligadas ao gênero Homo) surgindo em várias espécies diferentes e combinações diferentes. "Não foi uma coisa que aconteceu em sequência, com as características surgindo e se acumulando em uma única linhagem", explica Sandro Bonatto, biólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. "Os componentes do Homo estão espalhados por vários ancestrais."


Só um deles, porém, deu origem ao Homo sapiens. As outras linhagens foram extintas.


Fonte:
  • Estadão

Carnotaurus


Carnotaurus significa "touro carnívoro", ele viveu na América do Sul, Cretáceo. Ele é um terópode bípede e ágil, com suas pernas longas e fortes ele tam uma grande habilidade na hora de caçar suas presas. Ao longo de seu corpo haviam calombos ósseos, além de pequenos chifres localizados acima de seus olhos, usados tanto para brigas entre si e para auxiliar na caça, sua mandíblua não era muito longa, porém forte e pesquisas indicam que ele tinha um apurado olfato.



O Carnotaurus tinha 7 a 9 metros de comprimento e 3,5 de altura, viveu entre 100 e 90 milhões de anos e foi descoberto em 1985 pelo paleontólogo José Bonaparte em Chubut, na Argentina. 




Chubutisaurus foi uma de suas principais presas.



Ficha Técnica


Reino: Animalia


Filo: Chordata

Classe: Reptilia

Superordem: Dinosauria

Ordem: Saurischia

Subordem: Theropoda

Infraordem: Tetanurae

Família: Abelisauridae

Género: Carnotaurus

Espécie: C. sastrei

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