Um grupo de paleontólogos identificou duas novas espécies de Tigres-dentes-de-sabre nos fósseis encontrados em Toros Menalla, no Chade. Estes predadores viveram no mesmo período e local do hominídeo Toumai descoberto em 2001.
O ancestral mais antigo dos seres-humanos provavelmente viveu ameaçado por vários Tigres-dentes-de-sabre que viviam no mesmo habitat, em África.
Em 2001, uma equipa da Universidade francesa de Poitiers, encontrou o crânio fossilizado de um hominídeo no deserto Djurab, na África Central. Os investigadores referem que este hominídeo, que ficou conhecido como ‘Toumai’, é o mais antigo conhecido pela ciência.
O Forame Magno, um buraco no fundo do crânio que permite a ligação do tronco encefálico ao crânio, está localizado mais próximo da frente do crânio, o que sugere que Toumai (Sahelanthropus tchadensis) era bípede, uma importante característica da linhagem humana. Nos grandes símios esta estrutura está mais afastada.
Contudo, a interpretação do Toumai como humano é controversa. O crânio é distorcido e não foram encontradas e analisadas outras partes do esqueleto. Por outro lado, é também mais antigo que a data referida pelos geneticistas na qual ocorreu a divergência da linhagem dos humanos e chimpanzés.
Os paleontologistas têm estudado os vários fósseis encontrados no local, de forma a construir uma imagem do ambiente no qual Toumai viveu. Na época do Mioceno, Chade deveria ter um lago uma vez que foram encontrados fósseis de peixes, anfíbios e crocodilos. Também encontraram evidências de prados, florestas de galeria e um deserto.
Foi neste estudo que foram encontrados os esqueletos fossilizados de uma grande variedade de mamíferos carnívoros em Toros Menalla, o que sugere que Toumai deverá ter vivido sob a ameaça constante destes predadores.
Já foi publicada a descoberta de um grande Tigre-dente-de-sabre (Machairodus kabir) que pesava entre 350 a 490 kg. O grupo de investigadores da Universidade de Poitiers adicionou mais duas espécies de Tigre-dente-de-sabre à lista crescente de carnívoros que existiram na África Central, no Mioceno. As novas espécies descobertas de Tigre-dentes-de-sabre foram identificadas como pertencentes ao género Lokotunjailurus e Megantereon.
“Com os nossos dados não é possível saber com precisão quais as interacções entre um primata e um grande carnívoro. Mas provavelmente estas interacções não seriam amigáveis”, refere o professor Vignaud, director do Instituto de Paleo-primatologia e Paleontologia humana da Universidade de Poitiers. “Os Tigres-dentes-de-sabre caçavam todos os mamíferos. [Contudo] as interacções também poderiam ser mais ‘psicológicas’, exercendo um stress na possível presa. Não o podemos provar mas nesse caso, os primatas teriam que viver próximo de ambientes como as florestas de galeria.”
Apesar destas interacções menos favoráveis para os hominídeos, estes podem ter dependido dos grandes carnívoros para a sua própria sobrevivência. Os Tigres-dentes-de-sabre provavelmente terão caçado grandes mamíferos herbívoros o que deixaria carne suficiente para necrófagos e também primatas como o Sahelanthropus.
No entanto, alguns investigadores afirmam que Toumai é mais próximo dos chimpanzés ou gorilas. Mesmo que seja o caso, esta descoberta terá grande significado, uma vez que não há fósseis conhecidos em África dos ancestrais destes grandes símios.
Fonte:
- Naturlink
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