Páginas

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Saurópode encontrado em Marília



Concepção artística de saurópodes, ordem à qual provavelmente pertenceu o fóssil achado em Marília (444 km a noroeste São Paulo)


Restos de um dos gigantes brasileiros da Era dos Dinossauros estão vindo lentamente à tona em Marília (444 km a noroeste de São Paulo). Tudo indica que se trata de um saurópode, dino pescoçudo e comedor de plantas que pode ter chegado a 13 metros.
O esqueleto de dezenas de milhões de anos apenas começou a ser exposto, mas há esperança de que boa parte do animal ainda esteja por lá, porque as vértebras achadas até agora estão articuladas, ou seja, unidas umas às outras na posição que ocupavam em vida.
Esse fato é um golpe de sorte relativamente raro na paleontologia brasileira, contou à Folha o responsável pela descoberta, William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília.



Rumo à cabeça


"Como temos parte da região pélvica [do quadril] preservada e associada às vértebras dorsais, estamos escavando agora na direção da cabeça do bicho. Tudo indica que poderemos achar as vértebras cervicais, do pescoço, e também o crânio preservado sob as camadas de arenito, o que seria fantástico. Essa é a nossa expectativa", afirma Nava, um dos mais ativos caçadores de fósseis do interior de São Paulo.
As primeiras pistas do saurópode surgiram no último mês de abril, quando a presença de conchas fossilizadas de bivalves (moluscos como as atuais ostras) chamou a atenção de Nava. "Resolvi investigar o barranco que margeia o acostamento da estrada e vislumbrei diversos fragmentos ósseos despontando na rocha, mas bastante escurecidos, indicando que estavam há um bom tempo expostos", conta ele.
Essa coleção inicial de restos, por si só, já parecia interessante: havia vértebras da cauda, costelas e dois outros ossos grandes (um deles provavelmente corresponde ao fêmur). Um pouco mais de trabalho revelou a presença de duas vértebras articuladas, medindo, cada uma, cerca de 20 cm. "Quando se encontra material articulado a tendência é nos concentrarmos nele, devido justamente à escassez dele", explica Nava.


Colaboração


Ele repassou as informações sobre a escavação ao paleontólogo Rodrigo Santucci, da UnB (Universidade de Brasília), que é especialista em saurópodes. Conforme o trabalho avançar, Santucci será capaz de determinar se o animal era um titanossaurídeo (principal grupo de saurópodes do país, caracterizados pela presença de "calombos" ósseos em seu couro) e avaliar se a espécie ainda não é conhecida da ciência.
Antes disso, porém, Nava está planejando a retirada do material da encosta, o que pode se transformar numa operação longa e delicada. A ideia é extrair todo o bloco contendo os ossos até agora encontrados e outros ainda encobertos por rocha. O trabalho no local também trouxe à tona o crânio e a mandíbula de um parente extinto dos jacarés e crocodilos.


Fonte:

REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo


Um comentário:

  1. Oi,
    Obrigada pela visita ao Fauna do Cerrado.
    Claro que aceito parceria, seu blog é muito legal. Gosstei muito.
    O banner do Dino World já está lá.

    Iliana Rosa

    ResponderExcluir